571 - STJ. Penal. Habeas corpus substitutivo de recurso especial. Descabimento. Tráfico ilícito de drogas. Individualização da sanção penal. Pena-base acima do mínimo legal. Circunstâncias do delito especialmente graves. Apreensão de grande quantidade de entorpecente. Aplicação da causa de diminuição de pena da Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º. Comprovação pelas instâncias ordinárias da dedicação da paciente à atividades criminosas. Desconstituição. Reexame do conjunto fático probatório. Inviável na via eleita. Regime inicial de cumprimento da pena. CP, art. 33 e 42 da Lei 11.343/2006. Circunstâncias judicial e legal desfavoráveis. Regime mais gravoso. Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Não preenchimento do requisito objetivo. Ausência de flagrante ilegalidade. Ordem não conhecida.- o Supremo Tribunal Federal, pela sua primeira turma, passou a adotar orientação no sentido de não mais admitir habeas corpus substitutivo de recurso próprio. Precedentes. HC 109.956/PR, rel. Ministro marco aurélio, DJE de 11.9.2012 e HC 104.045/RJ, rel. Ministra rosa weber, DJE de 6.9.2012, dentre outros.- este STJ, na esteira de tal entendimento, tem amoldado o cabimento do remédio heróico, sem perder de vista, contudo, princípios constitucionais, sobretudo o do devido processo legal e da ampla defesa. Nessa toada, tem-se analisado as questões suscitadas na exordial a fim de se verificar a existência de constrangimento ilegal para, se for o caso, deferir-se a ordem de ofício. A propósito. HC 221.200/df, rel. Ministra laurita vaz, DJE de 19.9.2012.- o aumento da pena-base está devidamente fundamentado nas circunstâncias do caso concreto, que se revelaram especialmente graves, diante da apreensão de expressiva quantidade de entorpecente em poder da paciente (4.090g de cocaína), nos exatos termos dos arts. 59 do CP e 42 da Lei de drogas. Precedentes.- a aplicação da causa especial de diminuição prevista na Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º foi afastada com base nos elementos colhidos nos autos, que demonstram, claramente, a dedicação da paciente às atividades criminosas. Para a desconstituição do que ficou estabelecido nas instâncias ordinárias, soberanas nas análises dos fatos, é necessário o reexame de todo o conjunto fático probatório, providência incompatível com os estreitos limites do habeas corpus. Precedentes.- a obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por crime hediondos e os a ele equiparados foi declarada inconstitucional pelo c. STF, em 27.6.2012, por ocasião do julgamento do HC 111.840/es. Desse modo, a identificação do regime inicial mais adequado à repressão e prevenção dos delitos deve observar os critérios do art. 33, §§ 2º e 3º do CP, bem como da Lei 11.343/2006, art. 42, quando se tratar de delitos previstos nesta lei.- no caso, não obstante a pena tenha sido fixada em 7 (sete) anos de reclusão, a existência de circunstância judicial e legal desfavoráveis, justificam a fixação do regime mais gravoso, como previsto no art. 59, II c/c o CP, art. 33, § 3º. Precedentes.- a falta do implemento do requisito objetivo, pena privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos, inviabiliza a concessão da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (CP, art. 44).- habeas corpus não conhecido.
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